A cidade de Avaré até parece uma cidade muito diferente das demais do estado. Aqui tudo mostra ser diferente de outros lugares, onde casos muito mais escandalosos são publicados e o caminho é descobrir o foco da corrupção, seja quem for o responsável pelo ilícito praticado, já que essa é a função da imprensa.
Em Avaré, nota-se que a imprensa tem que “dançar conforme a música do político”, que se envolve em escândalos de corrupção e depois acuado pelo que reproduz à sociedade, tentar transferir para a imprensa seus desgastes políticos e profissionais.
Alguns se envolvem de corpo e alma em falcatruas e em maracutaias e, provavelmente acreditando no jogo sujo da política e no corporativismo velado, encontram uma saída e que, há anos, tornou-se um meio de intimidar a imprensa, a de usar o Poder Judiciário.
O direito de crítica, desde que não ofenda a honra de quem quer que seja, não pode ser visto como responsabilidade civil de um jornalista que divulga fatos documentados, em caráter irônico ou sério, principalmente se dirigido a uma pessoa pública, seja prefeito ou vereador.
O Ministro Celso Mello entende que a veiculação de matérias jornalísticas com opinião de críticas severas, duras e até impiedosas não pode comprometer um jornalista perante a justiça, se as observações forem dirigidas a pessoas públicas.
Um dos exemplos que já estão sendo usados, para que se entenda a posição da imprensa, é o caso do jornalista de Avaré, Wilson de Oliveira Ogunhê, que foi condenado por levar a público a obra inacabada da Câmara de Vereadores, sendo condenado a pagar cestas básicas, por invocar em seu jornal a irresponsabilidade, a inoperância e o descaso com o dinheiro público.
O fato chegou ao conhecimento de mais de um milhão de brasileiros, através do CQC, da Bandeirantes, e dos avareenses e, atualmente, nenhum político gosta de tocar no assunto. Ocorre que existe uma defesa impetrada pelo jornalista, no Tribunal de Justiça, à espera de julgamento.